quinta-feira, 30 de agosto de 2012


Cadeias de ‘fast food’ podem ficar proibidas de vender lanches acompanhados de brinquedos
  
As lanchonetes de refeições rápidas (fast food) podem ficar impedidas de associar a venda de produtos do cardápio a brindes, brinquedos, objeto de apelo infantil ou bonificação dirigida ao consumidor. É que estabelece projeto (PLS 144/2012) aprovado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) nesta terça-feira (28).
O autor, senador Eduardo Amorim (PSC-SE), afirma que o principal objetivo é proteger o público infantil, maior alvo de campanhas mercadológicas que promovem a venda casada de lanches com brindes ou brinquedos. Para o senador, esse tipo de marketing cria uma lógica de consumo prejudicial e incentiva valores distorcidos, além de hábitos alimentares prejudiciais à saúde.
Como entende o senador, a decisão de consumir alimentos deve ser tomada com base na qualidade da dieta, não podendo ser ofuscada pelo impulso ou desejo pela posse de um brinquedo ou qualquer outro objeto com apelo infantil.
Em muitos casos, a criança nem está com fome, simplesmente pede ao pai que compre o lanche para receber o brinde, diz o parlamentar na justificação da proposta, que ainda deverá ser examinada por duas comissões da Casa.
Em relatório favorável ao texto, o senador Anibal Diniz (PT-AC) destacou que as normas de consumo já tratam como publicidade abusiva propagandas que se aproveitam da deficiência de julgamento e experiência da criança. A seu ver, o projeto aperfeiçoará a legislação, para maior proteção ao público infantil.
Para o senador Sérgio Souza (PMDB-PR), a saúde pública precisa ser considerada. Ele apontou os malefícios causados pelo excesso de consumo de alimentos rápidos. Entre esses, citou a obesidade, o problema nutricional que mais avança em todo o mundo, inclusive entre as crianças.
Como lembra o senador, pesquisas revelam que uma refeição padronizada de fast-food, normalmente composta por sanduíche, batatas fritas e refrigerante, pode conter cerca de mil calorias. Destaca que o consumo regular dessas refeições contribui para o surgimento de doenças cardiovasculares.
A proposta será enviada agora para apreciação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Em seguida, irá à Comissão de Assuntos Sociais (CAS), para decisão terminativa. Se aprovada, portanto, poderá seguir para exame na Câmara dos Deputados sem passar pelo Plenário, a menos que seja aprovado requerimento com essa finalidade.
Questão antiga
A venda de alimentos com brinquedos vem sendo criticada em todo o mundo e já motivou outros projetos no Congresso Nacional para que a prática fosse proibida, mas nenhum se transformou em lei. Em Florianópolis, capital de Santa Catarina, no entanto, houve êxito: em julho passado, foi promulgada uma lei municipal que proíbe esse tipo de marketing.
São também frequentes ações do Ministério Público Federal e dos estados buscando algum tipo de solução, motivando decisões de juízes, contra ou a favor da proibição da venda casada. Porém, são ações ainda sem decisão final.
Como noticiado recentemente, o Ministério Público Federal de São Paulo enviou recomendação às redes de fast food McDonalds, Burger King e Bobs para que suspendessem a venda promocional de brinquedos nas lanchonetes. Ao mesmo tempo, provocou a Agência Nacional de Saúde (Anvisa) para que se manifeste sobre o tema.
Fonte: Agência Senado.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


Educação Domiciliar (Homescholling).


O projeto de Lei nº 3.179/12, caso seja aprovado pelo Congresso Nacional, permitirá que pais ensinem as disciplinas escolares aos filhos dentro de casa. Essa é uma opção feita por alguns pais que possuem capacidade técnica e cultural, além de tempo para ensinar seus filhos, e não concordam com o método de ensino das escolas regulares.
Alguns especialistas, porém, discordam veementemente dessa prática. Como exemplo, temos os senhores Rudá Ricci (sociólogo) e a senhora Lucíola Licínio Santos (Professora da UFMG).
Nos vídeos acima, o programa de televisão “Brasil das Gerais”, tendo como apresentadora Roberta Zampetti, trouxe um debate entre aqueles e os senhores Ricardo Dias (Presidente da ANED- Associação Nacional de Educação Domiciliar) e Cléber Nunes (Coordenador da Anplia.org¹).

Interessante analisarmos os argumentos dos dois lados e tirarmos nossas próprias conclusões. Particularmente, ao assistir os vídeos do programa, e concluí o que se segue:
Se o objetivo do Estado é prover educação para nossos filhos, e a escola normal regular foi criada com esse objetivo, então cada família deveria ter a opção de não colocá-los numa escola ou ensiná-los dentro de casa.
O ponto nodal da questão não me parece ser a preocupação com a qualidade do aprendizado das crianças, pois sabemos que, tanto na escola, como dentro de casa, tal ensino pode ser ruim.
Vamos analisar primeiro as escolas. Nestas, o ensino pode pecar pelo desajustamento das grades curriculares e pela massificação do ensino, nivelando todos os alunos pelo mesmo referencial (o aluno padrão), sem levar em conta as peculiaridades de cada um no processo de aprendizado.
Ademais, a violência em muitas escolas é assustadora, e os prórpios professores reclamam da insegurança! Daí que os próprios pais podem ter receio de colocar seus filhos em um local onde poderão ser influenciados a usar drogas, ingerir bebidas alcoólicas, ou até mesmo praticar atos infracionais. O ponto forte, segundo os especialistas, seria a socialização das crianças, o seu contato com o deferente, gerando nelas uma personalidade sem preconceitos.
Já no ensino domiciliar, um dos óbices apontados seria a dificuldade dos pais em ensinar todos os conteúdos escolares de forma satisfatória. Questiona-se a possibilidade de um casal ensinar física tão bem quanto português para seus filhos. Mas o certo é que tal qualidade de aprendizado poderia ser checada com avaliações anuais, por exemplo, dessas crianças que estudam em casa.
 O Sr. Rudá Ricci (sociólogo) compara o direito a educar em casa com o direito [absurdo] de se suicidar! Tal comparação é uma falácia, e seus argumentos, de um modo geral, durante o programa chegam a ser teratológicos.
Aparentemente, o Sr. Rudá acredita que o convívio de uma criança ou adolescente restringe-se apenas ao ambiente escolar, esquecendo-se que o convívio com o diferente também se dá em família, com os primos, com amigos do bairro e da igreja etc. A ideia de que educar em casa possa gerar futuros cidadãos “fundamentalistas” é por demais preconceituosa! Se assim fosse, todas as gerações de pessoas que viveram antes da criação das escolas seriam perigosos xiitas!
O problema é proibir a homeschooling  e condenar os pais que vierem a praticá-los (como infelizmente aconteceu com o Sr. Cléber Nunes), mesmo que tenham condições plenas de fazê-lo, condições essas que dizem respeito ao tempo, método de ensino, bagagem teórica e, principalmente, dedicação. Ademais, o ensino domiciliar admite também a presença de tutores.
 Ensinar em casa, a meu ver, não é um retrocesso, mas uma opção que precisa ser regulamentada por lei, e não proibida. Tal não significa que a luta por melhorar as escolas deve cessar. De modo algum. Porém negar, esse direito aos pais, de educar seus filhos dentro de casa, é demonstrar que existe outra motivação para tal exclusivismo na prerrogativa de direito de ensinar.
Porque será que a máquina estatal se preocupa tanto com a ascensão desse tipo de ensino? A Professora Lucíola Licínio responde no início do programa, quando afirma que os filhos não são dos pais. A ideia é dizer que os filhos são do Estado, daí que este teria o direito pleno e exclusivo de formar o indivíduo como cidadão. Dizer a ele o que é certo e o que é errado, o que ele deve aceitar e o que ele não deve aceitar, e os pais devem ficar à margem desse processo, sendo permissivos.
Isso sim eu considero perigoso.
A Professora da UFMG disse em certo ponto: “Vocês não acreditam no Estado” baseados em suas “convicções político religiosas”. E agora é proibido ter convicções político religiosas e transmiti-las aos filhos? Ou será que as convicções emanadas do Governo são as únicas merecedoras de acato e obediência?
Para ilustrar, não posso deixar de exemplificar com a famigerada “Cartilha Gay”, que por muito pouco não foi autorizada a fazer parte da educação formal de crianças e adolescentes nas escolas públicas.
É certo que muitos pais, por razões morais e religiosas, não concordam com a igualação da homossexualidade com a heterossexualidade, e não querem que seus filhos aprendam, por exemplo, que o indivíduo bissexual tem maior “probabilidade” de ser feliz, pois pode encontrar um parceiro homem ou mulher.
Não se trata de formar pessoas fundamentalistas, trata-se de dizer o que é melhor ou não na educação de seus filhos. No exemplo, os pais devem ensinar os filhos a respeitar todo e qualquer ser humano, mas não obrigatoriamente a concordar com suas práticas.
A meu ver, a ideia do Sistema é massificar o pensamento de crianças e adolescentes, fazendo suas mentes se conformarem com os valores morais, culturais e sociais ditados pelo Estado.
Para Cléber Nunes, a sociedade foi persuadida a depender da escola. “Ela é um mal necessário”, disse ele, “mas quem educa é a família”. Acredita que deveria ser investido mais na família, e nesse ponto concordo com ele.
A família é o núcleo da sociedade, e tem sido violentada de todas as maneiras possíveis. Creio, porém, que o papel de fortalecimento das famílias não tem como ser entregue ao Estado. As igrejas cristãs, especialmente, têm o papel de formar, valorizar e fortalecer as famílias.
Esse assunto, contudo, já transborda do tema em análise nesse texto. Quem sabe ele possa ser melhor analisado em um outro post?

Fortaleza/CE, 22 de agosto de 2012.
Fernanda Bezerra.
Link das partes 2 e 3 do Programa "Brasil das Gerais":
http://www.youtube.com/watch?v=QK0Vs1lz32k&feature=relmfu

¹ Aliança Nacional para Proteção a Liberdade de Instruir e Aprender

Sob ameaças, mais duas igrejas são fechadas na Indonésia

Autoridades locais reportaram à igreja de St. Johannes: “Se vocês continuarem a usar essa tenda, vamos derrubá-la”. Essa afirmativa resume de maneira bastante sucinta o contexto das duas últimas igrejas que foram obrigadas a fechar na Indonésia. O encerramento de atividades cristãs na região, como um resultado da pressão de radicais islâmicos, está se tornando cada vez mais comum no país de maioria muçulmana
Outras duas igrejas localizadas na Indonésia, Java Ocidental, foram forçadas a fechar as portas em meio à oposição e disputas pela documentação do espaço.

Uma grande tenda usada para os cultos da Igreja Batista St. Johannes, em Bogor, foi interditada pelas autoridades locais em 7 de agosto. Desde 2006, a congregação tem utilizado o lugar como uma alternativa temporária enquanto aguarda autorização oficial para se mudar para o seu próprio prédio. O pedido foi encaminhado ao governo em 2000 e, até hoje, nenhuma resposta foi enviada.

Dace Supriadi, chefe da Agência de Ordem Pública de Bogor, disse que a congregação recebeu o aviso prévio de uma semana para encontrar outro local para as reuniões de oração e acrescentou a ameaça: “Se vocês continuarem a usar essa tenda, vamos derrubá-la”.

O líder da igreja, Gatot Wotoseputro, declarou que não entende porquê as autoridades decidiram fechar a igreja, mas suspeita que o motivo esteja ligado ao crescimento da congregação, que atingiu cerca de 500 membros.

Foi dito à igreja que a tenda utilizada não foi reconhecida como um lugar de cultos e que havia oposição local quanto à sua presença na comunidade. Wotoseputro disse, porém, que os vizinhos nunca levantaram qualquer objeção contra as reuniões de oração.
Autoridades negaram que agiram contra o grupo de cristãos sob pressão de radicais islâmicos.

Em julho, a igreja GBKP já havia sido fechada por causa de protestosA ação segue o contexto dos protestos em Bandung, Java Ocidental, que em 29 de julho, conseguiram que a Igreja Protestante Batak Karo (GBKP) fosse fechada (Leia a notícia Igreja é fechada após protestos na Indonésia). Na época, manifestantes alegaram que a congregação assinou um acordo em 2011, concordando em não usar o edifício para a realização de cultos.

Em tempo, rebeldes penduraram uma faixa na porta da igreja que dizia: "Nós, o povo do bairro RW 06, não aceitamos o uso deste edifício para atividades religiosas".

Representantes da igreja GBKP, fundada em 2007, afirmaram que o documento reivincado foi realmente assinado pela instituição em 2011; no entanto, regularmente, eles têm recebido todas as licenças necessárias, por parte das autoridades, permitindo-lhes manter as atividades.

Há anos, autoridades combatem o crescimento da igrejaSt Johannes e GBKP são as igrejas mais recentes da Java Ocidental a enfrentar perseguição religiosa. A igreja GKI Yasmin tem sofrido com situação parecida desde 2008; o prefeito de Bogor está entre os que mais perseguem os cristãos; a congregação local foi forçada a realizar suas atividades fora de seu edifício depois que ele, ilegalmente, proibiu reuniões de oração naquele espaço. Recentemente, o prefeito concordou em permitir a reabertura da igreja, desde que uma mesquita seja construída ao lado.

A Igreja Protestante Batak Filadélfia (HKBP) também sofre com a hostilidade e oposição de autoridades do governo e líderes islâmicos há muitos anos. Desde que, em janeiro de 2010, o prédio que utilizavam para a realização dos cultos foi interditado, a igreja tem feito suas reuniões ao ar livre ou em residências. A disputa judicial segue há três anos, sem muitas novidades no caso. Em maio, a congregação foi atacada duas vezes por muçulmanos que jogaram sacos de urina, esgoto, óleo, ovos podres e pedras nos cristãos. 
FonteBarnabasfund
TraduçãoAna Luíza Vastag

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


No seu lugar, que faria Jesus?

Quando falamos em cristianismo, boa parte das pessoas pensa simplesmente em mais uma religião. Um Deus (trino), um livro sagrado, um conjunto de ritos, princípios e valores a serem seguidos (apesar das diversificações entre os segmentos cristãos); tudo isso parece compor o cenário de mais um meio encontrado pelo homem para conhecer a divindade.
Mas será que o cristianismo é assim tão “engomadinho”? Tipo fórmula pronta?
Bem, existem algumas diferenças sim, salutares, por sinal.
O cristianismo centra-se na obra, palavra e pessoa de Jesus Cristo. Ele é o próprio Deus, criador dos céus e da terra, encarnado, que veio cumprir uma missão: chamar pecadores ao arrependimento e à salvação.
Mas não é só: os cristãos chamam Jesus de Mestre, ou Messias – aquele que havia de vir, segundo as promessas antigas. Um discípulo de Jesus, portanto, tem como alvo de vida ser como o seu Mestre, andar como ele andou, falar como ele falou e viver como ele viveu, ao ponto de não ser mais ele próprio que viva, mas Cristo viva nele (Gálatas 2:20)
“Não acredito! Ser cristão é ser então um... imitador!?”
Isso mesmo!
Um imitador apaixonado por Jesus.
O cristão autêntico pergunta-se todos os dias, diante de suas escolhas: Em meu lugar, o que faria Jesus? Ele gastaria toda a noite assistindo televisão ou acessando a internet, ou ele gastaria tempo conversando com a esposa e com os filhos? Ele comeria esse hamburger oleoso e gorduroso, ou aquela salada de frutas saudável? Ele estaria preocupado em ganhar mais dinheiro, ficar rico e viver confortavelmente, ou em ajudar as pessoas com aquilo que já possui, administrando bem os seus recursos?
(...)
E aí as hipóteses são infindáveis!
A questão é que viver nessa autorreflexão tem um pressuposto e uma consequência. Esta última pode ser o ponto chave do qual depende toda a nossa eternidade!
O pressuposto é que o cristão conheça o seu Mestre!
Como vou imitar o que não conheço?! Sua história e ensinamentos estão registrados especialmente nos evangelhos bíblicos (que, aliás, toda pessoa que se diz cristã deveria ao menos tê-los lido), mas Ele também pode se revelar de inúmeras formas, contanto que o busquemos de todo o coração (Jeremias 29:13)
A consequência é fantástica e assustadora!
 Perguntar todos os dias “Em meu lugar, que faria Jesus” nos leva a um encontro frontal com a verdade sobre nós mesmos, e sobre a santidade de Deus. Percebemos como somos inclinados ao pecado e ao erro, o quanto podemos ser egoístas, orgulhosos, mentirosos e acomodados...
Temos duas opções: ou seguimos na marcha do arrependimento e da obediência, seja quais forem as consequências e implicações pessoais em nossas vidas, ou podemos nos obstinar em fazer a nossa vontade. Nesse último caso, incorreremos no erro de aparentar uma vida cristã, mas não viver a essência do cristianismo.

 "Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” 
Mateus 7:21

Temos escolha.
Sabemos as consequências.
Precisamos, então, decidir hoje.

Fernanda Bezerra.

Violência cotidiana!


O rapaz aproximou-se da porta de descida do ônibus e pareceu conversar com um outro que estava esperando para descer. Não acionou a capainha de parada, mas exigiu: “Vou descer na próxima!”.
O motorista, de supetão, levou o coletivo para a faixa da direita, pois o ponto de ônibus já estava bem próximo. De modo educado, porém firme, avisou: “Da próxima vez puxe o cordão.” “Como é que é meu chapa? Cê tá achando ruim?”, falou o rapaz com cara de poucos amigos. “Desça camarada...” “Olha, fica na tua, que tu tá mexendo com o crime, tá ligado?” Falou levantando a camisa e mostrando um revólver na cintura. Depois desceu todo marrento, causando um alívio geral em todos os passageiros, inclusive em mim, que já estava em oração!
Por sorte dessa vez tudo acabou bem, mas a história poderia ter tido um desfecho trágico! Uma vida poderia ter sido ceifada pela simples razão de um motorista não parar um ônibus em determinada parada...
Infelizmente, nossa sociedade está repleta de situações injustas como essa. Um sujeito, às vezes menor de idade, se sente todo poderoso por ter uma arma em punho. Com ela, até o Governador do Estado se ajoelharia aos seus pés suplicando pela própria vida. Para alguém que é considerado escória da sociedade, que não teve oportunidade de ter uma boa educação, de ter uma base familiar, o crime parece ser uma atraente opção. Dinheiro fácil, poder, fama... ainda que do lado negro da história.
 Na favela, quem não sabe que o líder do tráfico é “o cara” que manda? E o vilão é o policial, muitas vezes corrupto, que maltrata e espanca por diversão, usando a carapaça de cumprimento do dever legal.
Controvérsias nossas de cada dia! Que Deus abençoe e transforme a nossa cidade!

Fernanda Bezerra.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O que te faz feliz?


Certo dia, dois homens estavam em um ponto de ônibus próximo a Universidade Federal do Ceará. Um deles, o mais jovem, estava sentado lendo um livro e fazendo algumas anotações. Parecia atento e compenetrado, mas o senhor ao seu lado resolveu puxar assunto.
- Para que você quer estudar tanto?
- Para passar em um concurso público!
- E para que passar em um concurso público?
- Para ter estabilidade financeira!
- E para que ter estabilidade financeira?
- Ah, porque aí eu vou comprar um carro, depois um apartamento, e daí vou me casar... depois vem os filhos! Nossa, são muitos gastos... sem falar que eu quero comprar algumas coisas que gosto...
- E para que tudo isso?
- Porque eu quero ser feliz! Disse o rapaz com cara de obviedade. Quem não quer?!
- E porque ser feliz é tão importante para você? Insistiu o outro com olhar curioso.
- Porque alguém que não é feliz tem uma vida em vão... nasceu para sofrer!
- E porque ter uma vida em vão é algo ruim na sua opinião?
- Porque a vida é uma só! Respondeu o jovem adorando poder ensinar alguma coisa àquele velho. Como é que eu nasço só uma vez e não aproveito?!
- Então, se eu não for feliz, é melhor não viver?
- Como?
- Se alguém não é feliz, é melhor não viver?
- Não... isso levaria ao suicídio! Todos devem buscar a felicidade...
- E porque o suicídio seria algo ruim?
- Olha moço, eu não sei! Disse meio impaciente. Só sei que todo mundo nasce por algum motivo. E se a pessoa souber esse motivo, ela vive por ele! Ela cumpre o seu papel, e é feliz!
- Hum... Então se alguém não tem uma razão para viver, ela não é feliz?
- Sim, com certeza! Todos precisamos de um propósito... de uma razão para viver!
- E no seu caso, meu jovem, ter um carro, um apartamento e fazer viagens: isso é o propósito da sua vida? Essa é a sua razão de viver?
- Claro que não! Eu...
- Mas você disse que queria tudo isso para ser feliz! Não foi?
- É mas...
- Então você se enganou...Você mesmo concluiu que a certeza de uma missão, de um propósito nos dá o senso de significado e de valor. Isso mantém a chama da vida acessa! Ser feliz se torna a consequência, e não o objetivo!
O rapaz ficou por um momento calado.
Sorriu e respondeu:
- Concordo, senhor! Mas eu ainda quero passar em um concurso!


Fortaleza/CE, 24 de julho de 2012.
Fernanda Bezerra.