Violência cotidiana!
O rapaz aproximou-se da porta de descida do ônibus
e pareceu conversar com um outro que estava esperando para descer. Não acionou
a capainha de parada, mas exigiu: “Vou descer na próxima!”.
O motorista, de supetão, levou o coletivo para a
faixa da direita, pois o ponto de ônibus já estava bem próximo. De modo
educado, porém firme, avisou: “Da próxima vez puxe o cordão.” “Como é que é meu
chapa? Cê tá achando ruim?”, falou o rapaz com cara de poucos amigos. “Desça
camarada...” “Olha, fica na tua, que tu tá mexendo com o crime, tá ligado?”
Falou levantando a camisa e mostrando um revólver na cintura. Depois desceu todo
marrento, causando um alívio geral em todos os passageiros, inclusive em mim,
que já estava em oração!
Por sorte dessa vez tudo acabou bem, mas a
história poderia ter tido um desfecho trágico! Uma vida poderia ter sido
ceifada pela simples razão de um motorista não parar um ônibus em determinada
parada...
Infelizmente, nossa sociedade está repleta de
situações injustas como essa. Um sujeito, às vezes menor de idade, se sente
todo poderoso por ter uma arma em punho. Com ela, até o Governador do Estado se
ajoelharia aos seus pés suplicando pela própria vida. Para alguém que é
considerado escória da sociedade, que não teve oportunidade de ter uma boa
educação, de ter uma base familiar, o crime parece ser uma atraente opção.
Dinheiro fácil, poder, fama... ainda que do lado negro da história.
Na favela,
quem não sabe que o líder do tráfico é “o cara” que manda? E o vilão é o
policial, muitas vezes corrupto, que maltrata e espanca por diversão, usando a
carapaça de cumprimento do dever legal.
Controvérsias nossas de cada dia! Que Deus abençoe
e transforme a nossa cidade!
Fernanda
Bezerra.

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