Era uma vez um garoto muito impaciente.
Ele vivia sempre suspirando e dizendo “ai, como eu queria que o essas aulas chatas acabassem e as férias chegassem!” ou então “ah, que dia chato! Gostaria que o tempo passasse mais depressa para que chegasse o fim de semana, quando posso brincar a vontade”.
Certo dia, estava ele muito chateado com o boletim que acabara de receber de sua professora: estava cheio de notas baixas...
Sua mãe com certeza iria ralhar com ele, pô-lo de castigo ou coisa pior! Então, para fugir um pouco da situação, foi deitar-se debaixo do pé de mangueira no quintal de sua casa, suspirando: “ah, como eu queria que esse dia nunca tivesse existido!”.
Acabou, então, pegando no sono.
De repente foi acordado por mãos que o tocavam no ombro. Pensou quefosse sua mãe, mas ao abrir os olhos, deparou com uma linda figura resplandecente, que mais parecia um anjo ou uma fada.
- Quem é você? Perguntou o garoto.
- Sou um mensageiro enviado por Deus para atender aos seus pedidos. Veja – falou estendendo a mão – você sabe o que é isso?
O garoto olhou para uma espécie de novelo de lã na mão do anjo, mais o fio era dourado e brilhante.
- Não... É tão bonito... o que é?
- Isso é um pula tempo. A partir de agora, sempre que estiver triste, ou angustiado, ou simplesmente não queira passar por uma situação, dê um leve puxão no fio do pula tempo que aquele dia vai passar bem depressinha, como um sopro.
Colocou então aquela coisa fabulosa na mão do garoto, que mal podia acreditar no que ouvira.
Antes que pudesse fazer qualquer outra pergunta, o anjo ou fada –não sabia – havia desaparecido.
Ele olhou desconfiado para o tal pula tempo e, então, deu um leve puxão na ponta do fio pensando “não quero viver esse dia ruim, em que minha mãe vai descobrir minhas notas baixas”.
De repente, num piscar de olhos, um mês havia se passado! Ele pode ver pelo calendário, e sua mão
parecia mais estar zangada com ele!
Feliz e satisfeito, continuou seu dia, levando no bolso, com todo o cuidado, o curioso novelo de fio dourado.
Foi aprendendo a usar aquela coisa mágica em várias situações: quando sofreu a primeira decepção amorosa, no dia em que um grupo de garotos lhe deu uma surra, naquela semana em que esteve doente, etc etc.
Foi assim evitando todo tipo de sofrimento, e quando se deu conta, muito tempo já havia passado! E como havia passado rápido! Agora ele já estava casado e com dois filhos.
Houve então um dia em que sua mãe estava doente, a beira da morte. Não suportando ver aquele sofrimento, deu um forte puxão no pula tempo e, de repente, seus filhos já haviam crescido, estavam casados e haviam saído de casa. Lamentou por não tê-los visto crescer, mas, afinal, não podia passar pela dor de ver sua mãe morrendo.
Certo dia, então, ficou desempregado. Aflito, não queria contar a péssima noticia a sua amada esposa, então utilizou mais uma vez o pula tempo. Dessa vez, contudo, percebeu que sua esposa não estava mais ao seu lado.
- Eu não acredito! Perdi os últimos dias ao lado dela!
Sua alma estava amarga de tanto sofrimento. Desesperado, puxou novamente o novelo brilhante, mas, para seu espanto, viu-se sentado a uma cadeira de rodas, muito velho, sem conseguir falar nem se movimentar.
Sua vida chegara ao fim.
“Mas não é justo! Tudo passou tão rápido... Eu queria ter aproveitado melhor o tempo perto das pessoas que eu amava, mesmo que fosse passando por sofrimentos e aflições”.
Arrependeu-se de ter usado o tal pula tempo, e foi então que sentiu umimpacto em sua cabeça e acordou.
Havia caído uma pequena manga em sua cabeça, pois ainda estava debaixo daquela mangueira, com apenas 10 anos de idade!
Sorriu feliz e aliviado, e passou a nunca mais desejar que o tempo voasse depressa.
Muito bom, Fernanda! :)
ResponderExcluirObrigada, Tailena!
ExcluirEspero contar com sua presença aqui no meu blog outras vezes!
Beijão!
Me vi de certa forma na pele desse garoto,muito bom mesmo,Fê!
ResponderExcluirQue Deus te abençõe sempre!!!
Amiga, só vi o seu comentário hoje! ^^
ExcluirObrigada!
Saudades de você.